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SAUDADES DA ?LOIRA DO BANHEIRO? ? AGORA O PERIGO É OUTRO!

Como proteger crianças e mulheres de ataques sexuais em banheiros públicos


Wesley Gimenez



RESUMO



Este artigo discute os perigos existentes no uso de banheiros coletivos, bem como traça medidas de prevenção que possam ser tomadas em casos de tentativas de estupro nesses locais.


Violência sexuais em banheiros não são incomuns, tanto em escolas quanto em locais como shoppings e lojas diversas. Ainda há a polêmica do crescente apelo pela existência de banheiros unissex ou compartilhados que, em nome de uma eventual defesa da ?diversidade? acaba por favorecer ataques sexuais a mulheres, crianças e adolescentes.


Ensinar criança a se protegerem, entender os sinais das vítimas de abuso e violência e ter ouvidos para o sofrimento dos pequenos é um meio de autoproteção do nosso futuro como sociedade.


Palavras-chave: crianças. Violência. Abuso. Defesa. Política pública. Futuro.

 


1        INTRODUÇÃO

 

Uma das muitas lendas urbanas que surgiram no Brasil e que fizeram o terror das idas ao banheiro nos recreios escolares á a lenda da ?loira do banheiro?. Segundo a narrativa, uma loira aparecida no espelho se fosse chamada por três vezes.


Dizem que a lenda se originou com a morte de Maria Augusta de Oliveira Borges, que, sendo forçada a casar-se com 14 anos, foge, morre precocemente em Paris e no retorno do corpo fica por vários dias exposta em redoma de vidro na mansão de seus pais, até que seu tumulo fosse concluído. A mansão, cercada de mistérios, virou uma escola e, Maria, a loira do banheiro.


Na atualidade, no entanto, com acesso a tanto filmes horripilantes na TV, a garotada não se deixa convencer por essas lendas. Infelizmente, coisas mais terríveis podem se esconder pelos banheiros.


No dia 06 de abril último, em Presidente Prudente/SP, uma menina de 8 anos sofreu abuso por parte de um menor de 17 anos que entrou na escola onde ela estudava e a encontrou no banheiro. Graças à coragem de um colega de mesma idade que ouviu o choro da criança, não foi consumado o ato sexual, havendo estupro consumado pelo fato de ela ter sigo coagida a retirar a blusa para o agressor mediante ameaça.


O trauma da criança ainda a impede de ir à escola, o que resultará em prejuízos incalculáveis a ela e sua família. O que aconteceria se o menino não tivesse tido a coragem de entrar no banheiro feminino ao ouvir o choro da criança? Muito pior do que lendas urbanas e fantasmas, a realidade da violência urbana e notadamente a violência sexual contra crianças e adolescentes é uma preocupação constante para todas a famílias.


Um caso que vem chamando a atenção nos EUA é a de uma política que tenta manter ?banheiros transgêneros?, para que os banheiros públicos escolares possam ser acessados por pessoas de qualquer sexo biológico. O problema é que um adolescente, aproveitando-se de tal política que visa uma ?minoria?, vestiu uma saia e entrou no banheiro feminino onde estuprou a filha do encanado Scott Smith, de 48 anos. Ao ser notificado do caso, Scott, compreensivelmente perdeu o controle. Disse que ?ia resolver?, o que levou a escola a chamar a polícia, não para o estuprador, mas para o pai.


O mais ridículo é que Scott, dias depois foi expulso de uma reunião por protestar contra a política transgênero, sendo ridicularizado como um ?extremista de direita?. A médica americana Elizabeth Lee Vliet chamou isso de ?Tirania da minoria?. O adolescente que estuprou a filha de Scott foi preso um mês depois pois reincidiu na prática.


Uma menina de 13 anos, em Brasília, não aceitou ser estuprada e matou seu agressor de 52 anos, com um ?mata-leão?, tijoladas e chutes. Segundo o relato, o agressor mostrou-lhe os órgãos genitais e perseguiu a ela e à irmã, grávida. Ela reagiu e matou o agressor. O caso está sendo investigado.


Diante de tantos relatos e histórias bizarras, como pais deveriam agir? O que uma criança pode assimilar, de dicas e cuidados, para proteger-se de tentativas de violência sexual em espaços públicos e privados? Como viver em um mundo em que até a loira do banheiro teria medo de ir ao banheiro?



2        A defesa de crianças e adolescentes.



As pesquisadoras Renata Coimbra e Luciene Santos destacam pesquisas que identificam que o combate à violência física e sexual em crianças e adolescentes só foi visto com um sério olhar em termos de política social na última década do século XX. Segundo as estudantes, a história têm demonstrado uma contínua situação de vulnerabilidade das crianças diante da violência, em todos os lugares e épocas.


Sendo assim, torna-se cada vez mais importante, não só a prevenção, mas a capacidade de resistência de crianças, adolescentes e sociedade como um todo à casos de abuso e violência contra esse público específico.


 Crianças vítimas de abuso encontram inúmeras barreiras para expor sua situação, desde o ridículo e o desprezo ou descrédito à sua narrativa, como também uma exposição indesejada ou a incompreensão do seu sofrimento, além das ameaças e medo de represálias dos agressores e abusadores, que, por vezes estão em seus próprios lares ou zona de convívio.


Segundo o Ipea, mais de 70% dos casos de estupro no Brasil são contra menores de idade. Outro estudo, identifica que 95% dos casos envolvem pessoas do convívio da criança, em 65% dos casos, são da própria família, além disso, há uma grande percentagem de criança abusadas por outros menores de idade.


Importante pais, professores e amigos estarem atentos a mudanças de comportamento, proximidade excessiva de adultos e crianças, regressão a comportamento mais infantis (fazer xixi na cama, chupar o dedo, isolamento social etc.), mudanças bruscas nos hábitos, apego a segredos ou uma fascinação ou excessiva atenção a brincadeiras ou desenhos com cunho sexual.


Esses indicadores devem funcionar como alerta para uma conversa mais próxima com a criança, uma sondagem sem invasão e uma busca pelo vínculo de confiança que possa facilitar sua comunicação e identificação da situação de abuso e/ou violência.




3        Como proteger crianças e adolescentes de ataques sexuais?



Especialistas apontam que crianças devem conhecer 4 coisas importantes para se protegerem de abusos: 1) Há diferenças entre meninos e meninas no tocante ao corpo. 2) Há partes que podem e partes do corpo que não podem ser mostradas ou tocadas. 3) A criança é dona de seu corpo, ninguém pode tocá-la sem permissão. 4) Se acontecer algo que ela não gostou, deve contar a alguém de sua confiança.


É claro que, para que essa proteção seja efetiva é preciso que haja um adulto disposto a ouvir essa criança. Acrescento a essa lista que crianças devem conhecer defesa pessoal. Ainda que a disputa, com massas corporais discrepantes seja difícil, qualquer janela de oportunidade pode facilitar a fuga ou o pedido de socorro, por isso, crianças devem aprender a se proteger de forma efetiva.


Em um mundo em que a violência se instala em todos os lugares, e em que a sexualidade excessiva tem sido normalizada a ponto de considerarem pedofilia uma ?doença? ao invés de comportamento criminoso abjeto, sequer tolerado por outros bandidos, as crianças e adolescentes precisam ser protegidos com o máximo de recursos possíveis.


Ter o hábito de ir aos banheiros públicos acompanhado, coisa muito comum entre mulheres adultas, também deve ser estimulado em crianças na escola. Sempre chamar alguém que monitore ou cuide é importante.

A criança que sabe defesa pessoal sempre levará consigo um lápis ou caneta, que pode utilizar como arma contra um possível agressor. Parece cruel ensinar uma criança a reagir de forma extremamente violenta, mas um lápis enfiado no olho ou no ouvido de um estuprador é preferível a um trauma perpétuo na mente de uma criança.


É claro que tais ensinamentos devem respeitar a idade, a capacidade cognitiva e a sensibilidade de cada criança, além de sua propensão natural à violência.

Porém, técnicas de defesa, além das habilidades marciais que trazem disciplina e autoconfiança, podem ser modos de contornar situações de perigo e abuso, onde pais, professores e policiais não conseguem atuar o tempo todo, de forma onipresente.


Em uma época em que lendas como ? a loira do banheiro? não é o primeiro medo na mente de quem visita o toalete, ser capaz de não ceder à pressões psicológicas e manipulação (Mentalidade Caveira), de se defender de ataques físicos (Treinamento Caveira) e se necessário, desde pequeno, aprender a defender sua própria vida, sem depender excessivamente de terceiros para isso (Competência Caveira) é a chave para a sobrevivência.


4        CONSIDERAÇÕES FINAIS


Este artigo examinou a ameaça que crianças e adolescentes sofrem em banheiros e lugares públicos de uso coletivo. Polêmicas atuais que ameaçam ainda mais a segurança de crianças e adolescentes, bem como a massificação da sexualidade, sem critérios, são problemas que a sociedade atual não tem como evitar.


Resta criar modos de proteção cada vez mais eficazes e inserir a luta contra violência e abuso infantil para além do Estatuto da criança e do adolescente, que, apesar das inúmeras ressalvas e polêmicas associadas, busca igualmente evitar mais violência à este público que só recebeu recentemente a devida atenção às suas dores e sofrimentos no meio da violência urbana.

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Estando atentos aos sinais, preparando mentes e corpos para a sobrevivência, fortaleceremos a sociedade do futuro, por vezes, agredida no presente, manipulada e desprezada, sem perceber que, quando deixamos de proteger nossas crianças, estamos condenando a nós mesmos, como sociedade, à um futuro que não desejamos. Shalom!


5        REFERÊNCIAS



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BAHIA.BA. Menina reage a tentativa de estupro e mata homem de 52 anos, em Brasília.29.Jan.2020. Disponível em: https://bahia.ba/brasil/menina-reage-a-tentativa-de-estupro-e-mata-homem-de-52-anos-em-brasilia/. Acesso em 15.Abril.2022.

BASSO, Murilo. Banheiro único para meninos e meninas em escolas é medida que ignora segurança. 19.Maio.2017. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/banheiro-unico-para-meninos-e-meninas-em-escolas-e-medida-que-ignora-seguranca-e30hhtpyqcly9zk375y678c2v/. Acesso em 16.Abril.2022.

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G1 PRESIDENTE PRUDENTE. Polícia Civil investiga suposto caso de estupro de vulnerável em escola municipal de Presidente Prudente.06. abril.2022. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/noticia/2022/04/06/policia-civil-investiga-suposto-caso-de-estupro-de-vulneravel-em-escola-municipal-de-presidente-prudente.ghtml. Acesso em 15.Abril.2022.

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